Hoje às 2h da manhã a viagem pro Caribe começou. Eu e a Lari (minha parceira nessa aventura – pelomenos no começo dela) acordamos e às 2h10 já estávamos prontas para ir para Congonhas pegar o ônibus que nos levaria para Guarulhos. A mamãe deu uma de taxi e mal nos deixou em Congonhas virou nos pés pra continuar a dormir um pouco mais.
No ônibus decidimos que íamos dormiraté Guarulhos. E assim fizemos até sermos acordadas por um outro passageiro para avisar que já havíamos chegado e que só tinha a gente ainda porlá. Até nossas bagagens já estavam fora do ônibus e nós lá, ainda sonhando…
Na hora de fazer o check in, às 4h30 da manhã, a simpática (not) moça da Copa Airlines nos pergunta o endereço de onde nós íamos ficar em St. Thomas. Claro que nenhuma das duas sabia e lá fomos nós atrás de uma internet pra achar o endereço do Iate Clube. Problema resolvido em 3 minutos – e R$1,10 a menos na carteira. Rapidamente voltamos pro balcão da companhia e fomos fazer o check in. Ali uma surpresa: a Lari deixou pra comprar a passagem na última hora junto como valor bem mais alto veio também a primeira classe. Iríamos viajar separadas: ela em uma poltrona chique e espaçosa e eu do lado dos muçulmanos e judeus (é sério isso e sem preconceito algum!).
A parte pobre do avião estava vazia e, por sorte, a poltrona do meio ficou vazia e eu pude me esticar bem (imagina o espaço se eu, que tenho menos de 1,60m pude me esticar bem). Teve gente que não teve tanta sorte e viajou com os três lugares cheios e outros que tiveram mais sorte ainda e viajaram com os três lugares vazios (foram dormindo em um espaço maior que o da Lari).
O vôo foi super tranquilo, decolamos no horário, às 6h30 da manhã, e duas horas mais tarde pausa para o café da manhã. Um omelete com Coca-Cola. Não estava lá aquelas coisas, mas foi bom pra matar aquela fominha.
Dormi a maior parte da viagem e quando vi já estávamos prontos para pousar em Panama City (ou Cidade do Panamá para nós Brasileiros). A vista aérea da região do aeroporto é bem mais ou menos (pra não falar bem feia). Não tem nada em volta, o mar é marrom e o pântano predomina. O aeroporto em si parece Viracopos, uns matos em volta, aviões de uma só companhia (nesse caso a Copa, empresa pela qual nós fizemos os dois primeiros trechos da viagem). A área internacional desse aeroporto é pior do que a Santa Efigênia misturada com vendedor de shopping em época de natal. Muitas – mas muitas mesmo – lojas de perfumes, bolsas, eletrônicos, cremes e por aí vai. Todas vendendo as mesmas coisas, pelo mesmo preço e com um daqueles vendedores que te vêem entrando na loja e já vão atrás: “posso ajudar? Seja bem vindo!”. Não, não pode ajudar, se eu precisar pode deixar que eu aviso, comentávamos uma com a outra. Mas a resposta era sempre “no, gracias!”. Um pouco mais polidas, mas não menos de saco cheio.
Pausa para um lanchino no Subway e a nossa primeira dúvida em espanhol: como se diz guardanapo? A Lari achou melhor apontar pra ele e assim resolvemos o nosso problema.
Na hora do embarque duas mulheres revistavam passageiro por passageiro, abrindo malas, mochilas, sacolas, bolsas e tudo mais o que os viajantes estivessem carregando. Elas se divertiram com a minha bolinha. Acharam incrível caber uma sacola inteira dentro de um espacinho tão pequeno.
Na hora de decolar a primeira decepção: chuva. Muita chuva. O que consolou foi que em menos de 30 segundos já era possível vel o céu azul e que estávamos seguindo para o segundo destino do dia: San Juan, em Porto Rico.Durante a viagem foi abrindo o sol e erapossível ver o mar beeem abaixo das núvens. Fui ficando mais feliz de saber que estávamos indo para o lado oposto da chuva.
A chegada a San Juan foi bem diferente do que no Panamá. O lugar tem mais montanhas e logo que o avião começou a passar por cima da terra foi possível ver muito verde, montanhas altas e muitas casas, ainda que bem espalhadas em meio as árvores.
Mais próximo ao aeroporto a cidade é maior, com direito a tudo que uma cidade grande tem: shopping, pontes e, é claro, engarrafamento. Uma coisa que me chamou a atenção foi que, apensar de estarmos em POrto Rico e das pessoas falarem espanhol, o local é americano. Percebe-se logo pelas placas de propaganda do Burguer King, Mc Donald’s e outras coisas bem americanizadas. Mais o mais impressionante foi ver uma ponte, que deveria ter mais de 500 metros, com muitas bandeiras americanas intercaladas com bandeiras porto-riquenhas. O aeroporto de um lado parece super moderno, do outro parece um museu a céu aberto, com aeronaves velhas – ou antigas, não sei – espalhadas por todos os lados.
Já dentro do aeroporto me senti nos EUA – mesmo nunca tendo viajado para lá. Na imigração tivemos que colocar nossas digitais e dar aquele monte de satisfação para a agente que nos atendeu. Depois aquela espera maldita para pegar a mala. Demorou mais de 30 minutos para que conseguíssemos pegar nossas bagagens e seguíssemos para o próximo check in.
No guichê da American Airlines a primeira surpresa americana: como boas vindas a atendente me cobrou US$25 para despachar UMA mala. Se eu quisesse despachar a mochila e a sacola com a nadadeira e as coisas de velejar teria que pagar bem mais do que isso. A justificativa dela para isso foi que eu ia fazer um vôo doméstico e que isso sempre é cobrado. Fiquei p****,mas tive que pagar… “lá se vai a minha câmera a prova d’água” eu pensei. A partir dali a Lari seguiu para outro vôo e eu segui sozinha para encontrar a minha equipe às 18h horário local, já em St. Thomas.
Mas as boas vindas não acabam por aí. Depois de deixar a mala com um tiozinho que – espero eu – vai colocá-la no avião, passa-se novamente por um raio-x. Apesar da fila ser pequena, as pessoas na minha frente tiravam os sapatos, cinto, casacos, laptops e tudo mais que tinham direito e passavam quase peladas pelo detector de metal. Eu só tirei o tênis e o netbook da mochila e segui em frente. Sem nenhum problema, ainda bem!
Já na área de embarque constatei que não podia estar em outro lugar do mundo. Muitas lojas de bugigangas, Domino’s Pizza, Sports Bar e outras coisas típicas do EUA. No portão de embarque muitas pessoas gordas (estilo couch potatoe), maquiadas, gays, aquelas negonas americanas com cara de quem canta na igreja com aquelas vozes maravilhosas. Na hora do embarque uma surpresa: o avião que iria me levar até St. Thomas era uma daquelas relíquias expostas no pátio do aeroporto!!!
Entramos no avião pela parte de trás, por uma escadinha que faz parte do avião. dentro da aeronave o aspecto é o mesmo de fora: bem antigo! Com capacidade para no máximo 62 pessoas, cadeiras velhas e não reclináveis e um porta-bagagem minúsculo que quase não coube minha nadadeira. Mas a parte mais divertida foi pensar que tem gente que reclama de viajar em cima da asa do avião. Eu estou EM BAIXO da asa do avião. E não só da asa, da hélice também! Não tem como descrever a situação. Eu teria que mostrar uma foto, mas a câmera só vai ser comprada amanhã, então espero viajar de novo nesse avião na volta por que ele merece uma foto! O velho ditado que uma imagem vale mais do que mil palavras se encaixa direitinho nesse caso.
Na decolagem, as nuvens que na saída de San Juan pareciam algodão encardido agora ganharam um tom alaranjado. O mar mostrou os seus diferentes tons de azul e verde. Voamos a 5 mil pés de altura, durante aproximadamente 5 minutos. Mal deu tempo de admirar a vastidão do oceano e o capitão logo anunciou “tripulação, preparar para o pouso!”. Foi tão rápido!
Na chegada a St. Thomas casas imensas surgiam no alto de paredões que acabavam no mar. O avião foi baixando, baixando, e quando achei que fossemos cair no mar, ele pousou, aos trancos e barrancos, em um aeroporto simples, mas bem bonitinho, como tudo na ilha. O local de pegar as bagagens dá direto para o estacionamento em enquanto esperava a minha mala a Fernanda e a Renata apareceram para me pegar. Junto delas estava o Colin, o dono da casa onde vamos passar esta semana. Do aeroporto seguimos para a marina de onde sairão os barcos da regata. No caminho casinhas coloniais, com cara de Caribe!
Como não poderia ser diferente, a Marina é MUITO chique. Ficamos pouco lá e logo seguimos para casa. Um caminho cheio de curvas montanha a cima. E bota acima nisso!
A casa do Colin é linda, ainda não vi a vista pois está escuro, mas tem tudo para ser uma das mais bonitas da ilha. Estamos hospedadas em uma casinha de hóspedes, abaixo da casa principal. Apesar do calor, hoje tive que tomar um banho gelado, pois a água quente não está funcionando. amanhã, garantiu ele, tudo voltará ao normal.
E, agora que já estamos todas de banho tomado e devidamente arrumadas, vamos sair para tomar cerveja e comer alguma coisa.
A regra é: dormir é pros fracos. Vamos aproveitar ao máximo que o lugar é lindo demais!
Amanhã eu volto com as impressões diurnas da ilha.